Aquilo que preciso…

Aline Dias
2 min readNov 8, 2016

Ou que eu acho que preciso

Não sou do tipo acumuladora, mas respeito meus momentos de querer estocar algumas coisas.

Ao menos uma vez por mês, as vezes até uma por semana, me vejo desapegando de tudo o que eu posso. Minha casa está sempre organizada, sem entulhos ou coisas que não faço uso. É como se a minha alma precisasse ficar leve. É como se tudo o que tiro da minha vida, seja material ou sentimental, elevasse a minha paz interior. É a liberdade sagitariana explodindo dentro de mim!

Porém, contudo, todavia, possuo um comportamento estranho ao lidar com a aquisição de itens que nem sempre são de necessidades básicas, mas que desenvolvi um afeto, paixão, desejo ou algo semelhante. Eu nunca consigo comprar apenas um item de algo que gosto muito, por exemplo. Preciso levar de dois a três para garantir que não acabem antes de eu poder voltar a comprá-los, ou no pior dos casos, não existirem mais.

E realmente, chegando a essa conclusão agora enquanto escrevo, isso não tem ligação alguma com um estado de acumulação compulsiva, mas sim com a dificuldade de lidar com a perda ou ausência, mesmo que temporária das coisas e pessoas que eu gosto.

Certamente é um papo para minha analista. Mas começo a perceber um padrão de comportamento um tanto curioso que me leva a um pensamento um pouco mais profundo sobre isso.

Seria medo do abandono? Dificuldade para lidar com perdas? Seria pelo fato de que sempre que me apego a algo/alguém isso escorrega das minhas mãos como se a vida quisesse me mostrar que não temos nada, apenas somos? Seria esta mesma vida dizendo que eu não controlo nada, mesmo que eu tente controlar o meu próprio universo? A propósito, universo este que de meu não tem absolutamente nada.

Fica a reflexão.

E espero que ela não vá embora, pois já me apeguei.

Até!

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Aline Dias

Faço umas artes, tiro umas fotos, escrevo umas coisas, invento moda. www.alinedias.com.br